quarta-feira, novembro 10, 2010

Auto-atrapalha.


Sempre olhei torto pros livros de auto-ajuda. Até acredito que alguns sirvam de verdade pras pessoas se tornarem mais felizes, se entenderem, se aceitarem, cê sabe, essa coisa toda. O fato é que muitos dos que eu folheei - e até li - me deixaram uma péssima impressão. Parece coisa pra você se tornar uma pessoa melhor. Pros outros.

Torça o nariz ainda não! Claro que é bom que alguém queira se tornar mais sociável e, por consequência, mais querido. Mas pelamordedeus, não - pelo menos eu acho que não - às custas de coisas em que você acredita ou que te fazem interessante.

Mulher, então, lendo sobre "poder feminino" é coisa de assustar. Tem um livro super em alta, o tal do "Por que os homens amam mulheres poderosas". Não li o livro, não posso falar sobre ele, só posso falar sobre uma possível má-intenção da leitora: já ouvi mulher comentar que ia ler pra deixar de ser submissa e ficar mais conquistadora. Sério mesmo que você quer deixar de se dobrar à vontade dos homens? Aí resolveu que uma boa forma de começar é tentar agir de forma diferente só porque eles vão gostar mais? Ôpa, poderosona, einh!

Faça-me o favor... Amélia era muito mais digna na sua ausência de vaidade e submissão assumida que a falsa-independente que faz tudo o que diz que gosta - mas olhando de rabo-de-olho pra saber se tem algum homem reparando.

Bora combinar? Livro assim não devia se chamar livro de auto-ajuda, devia se chamar livro-de-ajuda-às-pessoas-que-você-quer-agradar. Um ou outro livro pode se salvar desse monte. Ainda assim, muito desconfio.

Até porque, fala sério. Um livro que fala sobre amor-próprio não devia acabar te convencendo de que você, seus planos e sua forma de ver o mundo são uma droga.

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