terça-feira, agosto 17, 2010

Eu sou o pato.

Complicado, complicado. Hoje soube que uma pessoa que conheço foi absurdamente sacaneada pelo ex-marido. Pelo ex-marido que ela achava que estava voltando a ser marido.

Complicado. Tem sempre alguém esperando para passar a perna num desatento. Melhor nem parar pra pensar em quantas pessoas realmente conseguem e a gente nem percebe.


É o contrato de trabalho que a gente assina e que diz que a gente "se dispõe a trabalhar em todos os turnos necessários" "nos termos da lei", sem explicar quais são esses termos da lei (que fala sobre horas extras e carga horária máxima); é a moça da venda que "esqueceu" de tirar a mercadoria vencida da prateleira, mesmo que alguém já tenha avisado, é o colega de trabalho que almoça sempre com você e que um dia tira seu cartão da bolsa e saca dois mil reais da sua conta.


E eu tenho que fazer o que? Ficar alerta full time? Andar com cadeado na mochila pra deixar na empresa durante o almoço? Não, não, eu sou o pato. Prefiro um eventual desfalque à neurose de desconfiar o tempo todo. Não nasci pra precavida, sou do tipo que quando leva um calote, quando toma um par de chifres, quando deixa passar a chance de processar alguém, ainda acha que podia ter sido pior: podia ter perdido a paz sem ter evitado qualquer uma dessas coisas, de qualquer forma. Não acho mesmo que adiante vigiar o tempo todo, nem quero.

Mas ó: pelo menos não confirmo dados pessoais por telefone. Já é alguma coisa. Né?

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