terça-feira, junho 21, 2011

Agora um conto de ficção.

Era uma vez um povo que morava, trabalhava, tinha filhos, criava os filhos e todos criavam os netos, entre guerras, disputas, amores, e tudo mais que há de existir num povo para que o consideremos verossímil.

Um dia aconteceu o que muitos achavam inacreditável, outros considerável possível e que mais ou menos todos já haviam imaginado pelo menos uma vez: de depois do infinito, veio uma coisa monstruosa e fascinante, feita com uma tecnologia que soava fictícia, e dela desembarcaram seres de outra realidade.

Contato imediato e impactante. Os que tentaram cooperar com as novas forças viram-se despojados de todos os seus bens em troca de uns poucos favores - como o de continuarem mais ou menos vivos. Já os que tentaram resistir à chegada do novo povo foram rapidamente dizimados pela altíssima tecnologia que aniquilava a vantagem de um número superior de habitantes em relação ao número reduzido de invasores.

Dos vencidos fizeram-se escravos e experiências de todo gênero, sendo os dispensáveis a uma e a outra coisa relegados à sorte de sobreviver numa terra que não era mais sua. 

Bondosos que foram, os invasores cederam a eles algumas migalhas e a possibilidade de morar em algum cercado provisório até que o espaço se mostrasse valioso demais para continuar a abrigá-los. A história dos vencidos acaba aqui.

Já a história dos vencedores, essa continua muito prosperamente.

Eles viveram, se multiplicaram, tiveram filhos, netos, disputas, guerras, amores, desgostos, alegrias e livros de história atestando sua vitória.
Mas até hoje, muitas gerações depois daquele encontro inicial entre povos tão distantes, os filhos dos netos dos tataranetos daqueles primeiros invasores olham para o céu e imaginam se, do infinito, não há de chegar, mais cedo ou mais tarde, um povo que lhes subjugue (e traga a mesma sorte daqueles que os viram, um dia, surgir do mar).

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